Antônio e Bruto fazem dois poderosos discursos fúnebres sobre o corpo de Júlio César, cada um com o objetivo de persuadir os cidadãos romanos de sua perspectiva. Embora ambos os discursos sejam eloquentes e influentes, eles diferem em vários aspectos importantes:
1.
Objetivo: Antônio: Antônio faz um discurso para influenciar as emoções dos cidadãos, encorajando-os a se rebelarem contra os conspiradores que mataram César. Seu principal objetivo é virar a opinião pública contra Brutus e os demais assassinos, apresentando César como mártir e vítima.
Brutus: O discurso de Brutus está mais focado na justificativa racional para o assassinato de César. Seu objetivo é convencer os cidadãos de que o ato era necessário para preservar a república romana e evitar a transformação de César em tirano.
2.
Tom: Antônio: O discurso de Antônio é carregado de emoção e altamente persuasivo. Ele usa uma linguagem evocativa, perguntas retóricas e apelos diretos à lealdade dos cidadãos a César e ao seu sentimento de injustiça. Ele habilmente joga com sua simpatia e raiva.
Brutus: Em contrapartida, o discurso de Brutus é mais lógico e direto. Apresenta os seus argumentos num tom calmo e fundamentado, apelando mais ao intelecto dos cidadãos do que às suas emoções.
3.
Conteúdo: Antônio: Antônio se concentra nas virtudes, nas realizações e nos benefícios que César trouxe a Roma. Ele também destaca a traição e a crueldade dos conspiradores, sugerindo que eles agiram por inveja e não pelo bem da república.
Brutus: Brutus enfatiza a importância de preservar a república e manter os valores tradicionais de Roma. Ele argumenta que a ambição e o desejo de César pelo poder absoluto ameaçavam a república, tornando a sua remoção necessária para a sobrevivência de Roma.
4.
Uso de evidências: Antônio: Antônio usa efetivamente apelos emocionais e manipulação para influenciar a multidão. Ele segura a capa ensanguentada de César e lê seu testamento, que lega uma quantia significativa de dinheiro aos cidadãos, evocando pena e um sentimento de gratidão para com César.
Brutus: Brutus depende de raciocínio lógico e argumentos racionais. Ele apresenta evidências das ações e intenções de César, como sua recusa em demitir a coroa que lhe foi oferecida, para apoiar sua afirmação de que César estava se tornando um tirano.
5.
Reação do público: Antônio: O discurso de Antônio tem grande sucesso em influenciar a multidão. Os cidadãos são influenciados pelos seus apelos emocionais e demonstram raiva para com os conspiradores, levando a uma atmosfera caótica e a um desejo de vingança.
Brutus: Embora o discurso de Brutus seja lógico e bem fundamentado, ele não consegue influenciar a multidão de forma tão eficaz. Os cidadãos permanecem céticos e não convencidos, acabando por se voltar contra ele e apoiar o pedido de vingança de Antônio.
Concluindo, os discursos fúnebres de Antônio e Bruto são convincentes, mas diferem em propósito, tom, conteúdo e reação do público. Antônio usa apelos emocionais e estratégias retóricas para incitar a multidão, enquanto Brutus confia na lógica e no raciocínio. A manipulação bem-sucedida de Antônio faz com que os cidadãos se voltem contra os assassinos, enquanto o discurso de Brutus não consegue convencer a multidão, levando à sua queda.