O conceito de realismo surgiu pela primeira vez nas tradições filosóficas e artísticas da Grécia e Roma antigas. Filósofos gregos antigos como Platão e Aristóteles discutiram o conceito de realismo em relação à natureza do conhecimento e à relação entre a mente e o mundo material. O realismo, nas suas primeiras formas, estava associado à crença de que o conhecimento deriva do mundo tal como ele é e que o mundo material é a fonte última da realidade.
Durante o Renascimento, ocorreu um interesse renovado pelo realismo, particularmente no campo da arte. Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael se esforçaram para retratar a forma humana e o mundo natural com maior precisão e realismo. Este foco no realismo refletiu um afastamento da arte estilizada e simbólica da Idade Média e um desejo de capturar a essência do mundo visível.
No século 19, o realismo emergiu como um movimento distinto na literatura, arte e filosofia. O conceito filosófico de realismo tornou-se associado à crença de que a realidade é independente da mente e que a compreensão humana é limitada ao mundo empírico da experiência sensorial. Filósofos realistas, como John Locke e David Hume, argumentaram que o conhecimento é derivado de observações e experiências do mundo externo, e não de ideias inatas ou raciocínio abstrato.
No domínio da literatura, o realismo surgiu como uma reação contra a literatura romântica e sentimental que dominou a época anterior. Escritores realistas como Honoré de Balzac, Gustave Flaubert e Charles Dickens procuraram retratar a vida de maneira objetiva e verdadeira, retratando pessoas comuns e situações cotidianas sem idealizá-las ou romantizá-las. A literatura realista concentrava-se na observação detalhada e na representação precisa de coisas, muitas vezes abordando questões sociais e políticas.
O desenvolvimento do realismo também influenciou outros movimentos artísticos, particularmente na pintura e na fotografia. Pintores realistas, como Jean-François Millet e Courbet, concentraram-se em retratar cenas da vida quotidiana e da classe trabalhadora, enquanto fotógrafos, como Lewis Hine e Jacob Riis, utilizaram o seu meio para documentar as condições sociais e aumentar a consciência sobre questões sociais.
Na filosofia, o desenvolvimento do realismo continuou ao longo do século XX, influenciando várias escolas de pensamento, como o positivismo lógico, a filosofia analítica e o realismo científico. Os filósofos realistas defenderam a natureza objetiva da realidade e a importância da evidência empírica na compreensão do mundo.
Em resumo, o realismo tem as suas raízes na filosofia e na arte da Grécia Antiga, mas ganhou destaque durante a Renascença antes de se tornar um movimento distinto na literatura, arte e filosofia no século XIX. O realismo em vários campos enfatiza a importância de representar e compreender com precisão o mundo como ele é, com base em observações e experiências empíricas.