Quem disse que cavalheiros leem outras correspondências e o que isso significa?
“Cavalheiros leem a correspondência de outras pessoas” é uma expressão cunhada pelo ex-jornalista e historiador Gore Vidal em seu romance de 1970 “Duas Irmãs”. A frase é considerada um retrato humorístico e satírico de indivíduos, especialmente aqueles em posições de poder, que se envolvem em práticas invasivas ou antiéticas para fins de recolha de informações.
No contexto do romance, a expressão descreve um personagem rico, um político ou figura pública, que era conhecido por ler a correspondência de outras pessoas sem o seu consentimento. A implicação é que esse personagem se considera um “cavalheiro”, apesar de se envolver em comportamento questionável e que viola a privacidade.
Ao usar o termo “cavalheiros”, Vidal acrescenta um toque irônico à frase. Tradicionalmente, o termo “cavalheiro” está associado a noções de honra, integridade e conduta moral. Porém, Vidal desafia esse conceito ao apresentar um personagem que se comporta de maneira contrária a esses valores.
Assim, a expressão “cavalheiros leem a correspondência de outras pessoas” destaca satiricamente a lacuna entre os padrões morais percebidos de certos indivíduos e suas ações reais. Sugere que algumas pessoas podem projetar uma imagem de respeitabilidade e honra enquanto se envolvem em comportamentos questionáveis ou moralmente ambíguos.