1. Identidade e autoengano: Cidade de vidro de Paul Auster investiga temas de identidade e autoengano. O protagonista, Quinn, luta com sua própria identidade enquanto se envolve na vida de outras pessoas. O romance levanta questões sobre a natureza da realidade, a verdade e a fragilidade da percepção humana.
2. Realidade e Ilusão: Um tema recorrente ao longo do romance é a confusão entre realidade e ilusão. As experiências de Quinn combinam perfeitamente com o mundo ficcional do romance policial que ele está escrevendo, confundindo os limites entre fato e ficção. Essa confusão torna-se um elemento central da narrativa, desafiando a compreensão dos leitores sobre o que é real e o que é imaginado.
3. O poder da linguagem: A linguagem desempenha um papel significativo na Cidade de Vidro. O romance explora como palavras e histórias moldam nossas percepções e compreensões do mundo. Auster reflete sobre o poder da narrativa e as maneiras pelas quais a linguagem pode construir ou reconstruir a realidade.
4. Existencialismo e Isolamento: A jornada de Quinn reflete temas existenciais de isolamento, alienação e busca de significado. Ele se encontra desconectado do mundo ao seu redor, lutando com sua própria existência e propósito. O romance investiga a complexidade da existência humana e os desafios de compreender o próprio lugar em um universo aparentemente sem sentido.
5. Tempo e memória: A exploração do tempo por Auster é fundamental para Cidade de Vidro. A narrativa se move entre o passado e o presente, confundindo as fronteiras do tempo e da memória. As lembranças e experiências de Quinn se entrelaçam, adicionando camadas de complexidade à sua compreensão dos eventos que acontecem ao seu redor.
6. O detetive como metáfora: O uso da figura do detetive não é apenas uma homenagem ao gênero policial hardboiled, mas também serve como uma metáfora para a própria jornada investigativa do protagonista. A busca de Quinn para descobrir a verdade reflete sua busca pessoal por sua identidade e compreensão do mundo.
7. O Incognoscível e o Absurdo: Auster introduz elementos do absurdo, da aleatoriedade e do inexplicável ao longo do romance. Os personagens encontram situações enigmáticas e experiências intrigantes que desafiam explicações racionais. Isto reflete a exploração do autor dos aspectos incognoscíveis da vida e da natureza imprevisível da existência.
8. Metaficção e Autorreferencialidade: Cidade de Vidro é uma obra autorreferencial que confunde as fronteiras entre autor, narrador e personagens. A escrita de Auster reflete um fascínio pelas convenções da narrativa, muitas vezes chamando a atenção para o processo de criação de uma narrativa. Esta abordagem metaficcional envolve o leitor num nível mais profundo, convidando-o a questionar a natureza da própria ficção.
Em resumo, Cidade de Vidro explora temas de identidade e autoengano, realidade e ilusão, linguagem e seu poder, existencialismo e isolamento, tempo e memória, a figura do detetive como metáfora, o incognoscível e o absurdo. A intrincada narrativa de Paul Auster convida os leitores a refletir sobre as complexidades e incertezas da experiência humana.